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sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Desburocratização de serviços ao cidadão: TRE-BA dá mais um passo rumo à inovação tecnológica e disponibiliza totem para pagamento de multas na ‘Central de Atendimento ao Público’

Equipamento permitirá que o eleitor pague qualquer tipo de multa com PIX e cartão de crédito de qualquer instituição financeira


O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia inaugura nesta sexta-feira (27/08) mais um serviço para facilitar o atendimento aos cidadãos que buscam atendimento na Central de Atendimento ao Público, localizada na sede do órgão, no Centro Administrativo da Bahia. Os eleitores com pendências eleitorais contarão a partir de agora com um totem exclusivo para pagamento de multas.

O equipamento foi desenvolvido pela Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal (STI). De acordo com o secretário da STI, André Cavalcante, o totem permitirá que o eleitor pague qualquer tipo de multa com PIX e cartão de crédito de qualquer instituição financeira. Cavalcante explica que, com esse recurso, o eleitor não precisará mais se deslocar às unidades do Banco do Brasil para pagar multas.

À frente do Regional baiano, o Desembargador Roberto Maynard Frank reforça que entre as metas estratégicas da sua gestão está a de criar soluções para desburocratizar os serviços direcionados ao cidadão. Ele explica que para alcançar esse objetivo é necessário permanecer com o olhar sistêmico para o órgão, investindo sempre em práticas voltadas à governança, tecnologia e inovação.

“O Tribunal celebra mais uma conquista, evidenciando o nosso empenho em oferecer ao eleitor um atendimento seguro, ágil e eficaz”, destaca o presidente do TRE-BA.

Vale lembrar que o Regional baiano foi pioneiro no lançamento do PagTesouro, plataforma desenvolvida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados e pela Secretaria do Tesouro Nacional, que permite ao eleitor quitar débitos com o erário sem precisar ir ao banco. O serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana, com acesso através do site do TRE-BA.

Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual do TRE-BA ganham página na internet

Endereço eletrônico disponibiliza marcos legais na política de prevenção e enfrentamento do assédio e da discriminação e destaca a importância da Ouvidoria como canal de acesso para denúncias


Já está no ar, dentro do portal do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), a página das Comissões de Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual, que atuam no 1º e no 2º Grau de Jurisdição. O objetivo é informar servidores, magistrados e colaboradores da Justiça Eleitoral baiana, além do público, sobre a política de prevenção e combate do assédio e de todas as formas de discriminação, instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Na página, estão disponibilizadas a resolução do CNJ e as portarias do TRE-BA que tratam do assédio no ambiente de trabalho. O público também pode acessar as atas das reuniões das Comissões e a cartilha elaborada pelo Poder Judiciário da Bahia (PJBA).

A cartilha contextualiza o tema a partir de referências legais, traz definições, exemplos e orientações de como proceder para denunciar. O documento do PJBA destaca ainda uma série de ações para evitar o assédio e estabelecer ambientes de trabalho seguros e saudáveis.

A página das Comissões informa que a Ouvidoria do TRE-BA é o canal para registro de manifestações relacionadas às práticas do assédio e/ou discriminação de qualquer natureza. A partir da Ouvidoria, os fatos são apurados e os encaminhamentos cabíveis são realizados. A página está lincada com o sistema da Ouvidoria do TRE-BA.

CB

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Edição do GdN destaca 89 anos do TRE da Bahia e importância da vacinação contra Covid-19

Para acompanhar, se inscreva no canal do TRE-BA no Youtube e siga nosso podcast em seu agregador favorito


Confira a edição mais recente do Giro de Notícias do TRE da Bahia. Em formato de podcast, o GdN apresenta as principais informações do Regional Eleitoral da Bahia. O programa também está disponível em nosso canal do Youtube – TV TREBA.

Nesta edição, o programa aborda as inovações da Justiça Eleitoral da Bahia nos últimos anos na área de tecnologia; a posse do novo desembargador eleitoral, Vicente Buratto; e também fala sobre a importância de concluir o ciclo da imunização contra a Covid-19, tomando a segunda dose da vacina. O GdN ainda destaca o especial de 15 anos da Lei Maria da Penha e o prazo de prestação de contas para partidos políticos e candidatos não eleitos.

Confira o podcast em seu agregador favorito ou em nosso canal do Youtube.


“A Comissão que trata do assédio no 1º grau propõe que as relações de trabalho sejam repensadas com esclarecimento e mediação”

Chefe de cartório da zona eleitoral 188 e membro da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual na 1ª instância, Priscilla Mendes Pereira reflete sobre o tema


A atuação da Justiça Eleitoral baiana na primeira instância traz especificidades, como relações de trabalho mais próximas entre servidores, magistrados e colaboradores, o que se estende para o convívio social, especialmente em cidades menores. Nesse contexto, o desafio é promover uma escuta atenta que se reflita em ações respeitosas, evitando situações que favoreçam o assédio. A reflexão é trazida pela servidora Priscilla Mendes Pereira, chefe de cartório da zona eleitoral 188, em Eunápolis. Formada em Direito pela Universidade Federal de Goiás e pós-graduada em Direito do Estado pela Uni-Anhanguera, a chefe de cartório integra a Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia no 1º grau. Nesta entrevista, ela avalia o cenário laboral no interior do estado, aborda a questão do assédio nas relações virtuais intensificadas pela pandemia e defende que, para além dos mecanismos legais, é necessário que as instituições invistam na escuta e acolhimento de todos os envolvidos em casos de assédio.

TRE-BA – Qual a importância da Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio do Eleitoral baiano considerando a particularidade do primeiro grau de jurisdição?

Priscilla Mendes Pereira – A Justiça Eleitoral possui um quadro de servidores efetivos bastante reduzido no interior. Além disso, conta com o apoio das prefeituras para requisição de servidores, principalmente durante o período eleitoral. Percebo que as relações entre os colegas, efetivos e requisitados, muitas vezes se desgastam. Por ser um quadro reduzido, quem se sente em uma relação de trabalho abusiva, muitas vezes se cala, com medo da repercussão que isso pode ter em uma cidade pequena, e os colegas que presenciam aquela problemática, muitas vezes têm medo de se envolver e acabar sofrendo represálias. A Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio, nesse contexto, vem fazer o papel, antes de mais nada, de esclarecimento e, ao mesmo tempo, de intermediar essas relações abusivas, acolhendo a vítima e tentando melhorar aquele ambiente de trabalho.

TRE-BA – Que aspectos das relações de trabalho em zonas eleitorais no interior do estado podem ser mais desafiadores e até favorecer situações que configuram assédio moral e sexual?

Priscilla Mendes Pereira – No interior, temos uma estrutura de trabalho na zona que basicamente funciona com um técnico e um analista (servidores efetivos). Eu costumo brincar com os colegas que nós, servidores lotados no interior, vivemos praticamente num casamento, mas com uma diferença: brigou, nós não podemos pedir o divórcio! Então, eu acho que por ser uma relação direta entre dois servidores, muitas vezes com pensamentos e formas de trabalhar diferentes, essa relação tende a gerar conflitos. O servidor que assume a chefia de cartório, principalmente, deve ter jogo de cintura para saber lidar com essas diferenças. Eu percebo, ouvindo relatos de colegas, que existe uma exigência de comportamento cobrada pelo servidor que está lotado há mais tempo na zona e que esse tipo de cobrança, muitas vezes, não é bem vista por quem está chegando naquele local para trabalhar. Às vezes, essa relação se estremece pelo simples fato de um não conhecer o jeito do outro e, antecipadamente, não se cria o vínculo da confiança. Além disso, vemos muitos relatos de terceirizados e requisitados que se sentem desgastados nessas relações de trabalho. Nesse contexto, vejo como mais desafiador para as zonas eleitorais no interior o fato de os servidores, de maneira geral, terem esse traquejo para lidar com as diferenças e saberem o tempo certo de exigir comportamentos e/ou cobrar resultados. Além do tempo certo, o mais importante: saber a forma de falar com os colegas. A falta de diálogo é o que identifico como o centro dos problemas existentes nas relações de trabalho em zonas eleitorais. Quanto ao assédio sexual, especificamente, acho que no interior o maior problema é o fato de estarmos em cidades pequenas, onde todo mundo se conhece. Existe um medo, principalmente da mulher, de ser mal interpretada e até ser culpada pela situação. Ainda vivemos numa sociedade machista e isso com certeza reflete na atitude do servidor em se calar diante de um evento como esse.

TRE-BA – A pandemia intensificou relações virtuais de trabalho e com isso se observou o assédio também nesses ambientes. Que avaliação você faz desse cenário e como é possível atuar na prevenção e enfrentamento em casos de assédio em trabalho remoto?

Priscilla Mendes Pereira – O trabalho remoto é algo novo para a Justiça Eleitoral e se intensificou na pandemia. A maior dificuldade que vejo nesse tipo de trabalho é o controle da jornada e da produtividade. Pelo fato de se misturar o serviço doméstico com o trabalho, acredito que a maioria dos servidores não estabeleceu, principalmente no início da pandemia, um horário fixo de trabalho e metas diárias. Desse modo, vejo que a cobrança por resultados foi uma constante. E, assim como o trabalho não tinha horário, as cobranças também não! Além disso, a pandemia deixou a todos emocionalmente fragilizados e isso acaba refletindo nas relações de trabalho, ainda que virtuais. Para atuar na prevenção e enfrentamento em casos de assédio em trabalho remoto, antes de mais nada é necessário regulamentar o trabalho virtual, principalmente na forma de apresentar o trabalho diário à chefia imediata. Mais uma vez, creio ser o diálogo a melhor forma de evitar e dirimir os conflitos.

TRE-BA – Em 2020, cerca de 204 processos por assédio sexual foram abertos a cada mês no Brasil; quase sete por dia, de acordo com o Tribunal Superior do Trabalho. No mesmo ano, pesquisa do LinKedIn e da consultoria Think Eva mostrou que 47% das brasileiras já foram vítimas de assédio no trabalho. Especialistas apontam que a lei, estabelecida há 20 anos, é importante, mas não tem sido suficiente para inibir este tipo de ação porque depende da manifestação da vítima, que muitas vezes se sente culpada. Que soluções seriam possíveis em sua opinião?

Priscilla Mendes Pereira – Creio que o apoio psicológico à vítima de assédio seja primordial. Para os servidores do interior, a instituição da modalidade de atendimento virtual tornou esse apoio mais viável e acredito que ele deve ser mantido. O acolhimento da vítima é de suma importância para tratar questões de assédio. Vejo que a maioria dos servidores que se sentem ofendidos, ameaçados, querem, antes de mais nada, ser respeitados. Muitos preferem, em vez de enfrentar o problema, pedir remoção para outra zona, vendo nessa atitude a única solução. Por isso, além do acolhimento, é preciso desenvolver um trabalho de ouvir todos os servidores daquela zona e que estão direta e indiretamente envolvidos com o problema. Mesmo porque, o servidor que não está envolvido diretamente com o assédio, pode se sentir de alguma forma ameaçado, e ele também se cala. Então, é bem importante ouvir a todos, a fim de buscar a melhoria daquela relação de trabalho e a punição do agressor.

TRE-BA – O assédio sexual no trabalho entrou no âmbito jurídico em 2001 e desde então tem sido amplamente discutido. Mas, apesar das campanhas, o número de denúncias pode não corresponder à realidade, considerando que ainda há vítimas que não se manifestam, especialmente no contexto atual de crise econômica e desemprego. De que forma é possível contornar esse cenário?

Priscilla Mendes Pereira – As denúncias até então eram feitas apenas no âmbito jurídico. As vítimas de assédio sexual, muitas vezes não querem ser expostas, julgadas pela sociedade, fora o desgaste de uma ação judicial. Criando-se mecanismos internos para denúncias dentro do próprio ambiente de trabalho, creio que seja uma forma de encorajar a vítima a denunciar, pois não tem o desgaste da ação judicial, além do procedimento ser mais acolhedor para a vítima e mais intimista, pois lida apenas com as partes envolvidas.

CB

Reforma em cartórios eleitorais garantirá melhorias para eleitores e servidores

Ao todo, unidades de 28 Zonas Eleitorais passarão por algum tipo de reforma; destas, 17 já concluíram as melhorias


Com o propósito de melhor atender cidadãos e cidadãs que buscam os serviços prestados em cartórios eleitorais, bem como aos servidores lotados em prédios onde funcionam as instalações da Justiça Especializada no Interior do Estado, a Secretaria de Gestão Administrativa e de Serviços (SGA), por meio da Coordenadoria de Obras e Manutenção Predial (COMANP) e da Seção de Manutenção Predial (SEMAP), estão promovendo melhorias na infraestrutura dos imóveis, em atendimento às metas estabelecidas pela atual Administração.

Na primeira fase das adequações, unidades de 28 Zonas Eleitorais passarão por intervenções de natureza predial. Estão previstos pintura externa e interna, instalações elétricas, telefônicas e de lógica, reparos em coberturas, manutenção em ar condicionado, instalação de lâmpadas tipo LED, dentre outros. "De acordo com os objetivos traçados pela Administração, estamos ampliando os serviços de manutenção a um maior número de unidades do Interior do Estado, melhorando essa infraestrutura tanto quanto seja possível e no menor espaço de tempo".

Das 17 cidades que já concluíram os serviços, constam: Barreiras, Caculé, Camaçari, Cícero Dantas, Coribe, Irará, Itabuna, Itaparica, Jacobina, Juazeiro, Maracás, Paulo Afonso, Ribeira do Pombal, Ruy Barbosa, Santo Antônio de Jesus, São Francisco do Conde e Ubatã, o que corresponde a 64,3% do planejamento inicialmente traçado. Restam ainda a conclusão dos serviços nos municípios de Alagoinhas, Canavieiras, Central, Cruz das Almas, Esplanada, Eunápolis, Feira de Santana, Ipirá, Ituaçu, Mucuri e Valença, podendo ser incluídas outras cidades, conforme demanda.

HS

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

TRE da Bahia é destaque em ranking de Transparência do CNJ

Com mais de 99% de atendimento dos quesitos, TRE da Bahia obtém segundo lugar em ranking nacional

O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) ficou em segundo lugar no Ranking de Transparência do Poder Judiciário, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atingindo quase 100% dos quesitos exigidos. A classificação envolve todos os tribunais do país e é realizada há quatro anos, desde quando foi instituída pela Resolução CNJ nº260, de 11 de setembro de 2018. O TRE baiano divide a posição com mais cinco tribunais, com 99,48% de atendimento aos requisitos exigidos pelo CNJ.

Para atingir esse posto, o TRE da Bahia implementou o monitoramento quadrimestral das informações publicadas no portal da internet, com foco na Lei 12.527/2011 e nos itens exigidos pelo Ranking da Transparência. O presidente do TRE-BA, desembargador Roberto Maynard Frank, comemorou o resultado. “Esta colocação, sem dúvidas, demonstra o empenho do TRE da Bahia e de seus servidores em, cada vez mais, atender aos princípios constitucionais da transparência. Tais dados são fundamentais para nortear nossa gestão e aprimorar ainda mais a prestação do serviço jurisdicional”.

O secretário de Planejamento, de Estratégia e de Eleições do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), Victor Xavier, afirma que “o ranking de transparência do CNJ reflete a maneira como o TRE da Bahia se posiciona diante da sociedade, divulgando todos os dados e informando todas as suas atividades”. “Neste ano, nós conseguimos obter um desempenho ainda melhor do que no ano passado. É motivo de muita satisfação ver o nosso trabalho, os nossos esforços reconhecidos pelo CNJ”, declara.

A servidora Kércia Sodré, chefe da Seção de Apoio à Governança e de Gerenciamento de Projetos (SEGOVE) do TRE-BA, afirma que esse desempenho é fruto de um trabalho realizado nos últimos anos. “Em 2020, atingimos o percentual de 98,45% de atendimento aos itens e ficamos em 1º Lugar. Neste ano, atingimos um percentual ainda maior, atendendo a 99,48% dos quesitos, o que demonstra nosso compromisso com a transparência e como os tribunais do país têm se empenhado em cumprir os requisitos do CNJ”. Os dados são lançados por várias unidades do TRE-BA. Cabe ao SEGOVE monitorar as informações exigidas pelo CNJ e atualizá-las com frequência. Para atingir o 100% de atendimento, o TRE da Bahia já vem empenhando esforços para melhorar apenas um quesito exigido pelo CNJ.A avaliação é composta por 83 perguntas, como, por exemplo, se os órgãos publicam: os objetivos estratégicos, metas e indicadores; os levantamentos estatísticos sobre a atuação do órgão; o calendário das sessões colegiadas; a ata das sessões dos órgãos colegiados; o campo denominado ‘Serviço de Informações ao Cidadão’ na página inicial; informações sobre licitações e contratos, entre outros. O resultado foi avaliado e chancelado pela Comissão Permanente de Eficiência Operacional, Infraestrutura e Gestão de Pessoas do CNJ, coordenada pelo conselheiro Emmanoel Pereira.

CM e HS

“Conscientização e acolhimento são essenciais no enfrentamento ao assédio”, afirma juiz Bruno Barros

Presidente das Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual do TRE-BA, magistrado reflete sobre estratégias para eliminar o assédio do ambiente de trabalho


Assédio em ambiente de trabalho se previne e enfrenta com informações qualificadas, diálogo, acolhimento às vítimas e atendimento a quem comete o assédio, além da responsabilização dessas pessoas. É assim que o juiz Bruno Barros, titular da zona eleitoral 125, em Carinhanha (BA), defende a abordagem a esse tema, que ainda é realidade no setor público e privado do Estado. Presidente das duas Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, o magistrado avalia que essas são etapas iniciais do que considera urgentes em uma perspectiva de transformação social, na qual as relações de trabalho sejam repensadas a partir de recortes de gênero, classe, raça, orientação sexual, entre outros. Nesta entrevista, o juiz Bruno Barros fala sobre a atuação das Comissões do TRE-BA e analisa o assédio em uma perspectiva plural.

TRE-BA – Qual a proposta das Comissões e como tem sido realizado o planejamento de atuação?

Bruno Barros – Em julho de 2021, o TRE-BA publicou duas portarias instituindo as Comissões de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual, tanto em 1º quanto em 2º graus de jurisdição. O 1º grau é a porta de entrada da Justiça Eleitoral e envolve toda a Bahia, diversas seções em Salvador e outras no interior do estado. Já o 2º grau compreende o próprio Tribunal, na capital baiana, onde desembargadores e magistrados estão julgando, em geral, recursos ou ações de competência originária. A Comissão de 1º grau conta com oito colaboradores e a do 2º grau, com sete. Entre os membros, há representantes do sindicato, do setor de saúde, de zona eleitoral no interior, de terceirizados e de estagiários. A intenção é ter uma composição plural e com atuação democrática, aberta à comunidade, e que possamos desenvolver um diálogo claro na elaboração das políticas estratégicas e no desenvolvimento do plano de ação nas duas instâncias. Hoje, há vários canais de comunicação, email, Whatsapp, a própria Ouvidoria do Tribunal, com quem estamos em contato direto, uma vez que o chefe da Ouvidoria, Venicius Belo, participa dos encontros das Comissões para contribuir e colaborar. É essencial esse diálogo próximo e afinado, exatamente para que as pessoas estejam seguras no momento de buscar as Comissões e informar a ocorrência de um fato que, no entender daquela pessoa, esteja configurado como assédio, seja moral ou sexual. As nossas Comissões estão trabalhando nesse sentido, estamos elaborando um plano de ação com enfoque em políticas de prevenção, acolhimento e enfrentamento. É preciso apurar os fatos com respeito ao contraditório, mas buscando sempre evitar a revitimização. As Comissões também vão investir na política de conscientização da comunidade em geral. Muitas vezes, o assédio está acontecendo e as pessoas não sabem que aquela conduta é inadequada, ainda mais no ambiente de um Tribunal, em que precisamos primar pelo bom decoro, pela boa convivência e pela postura ética.


TRE-BA – A sociedade brasileira tem muitas questões para lidar, como o machismo, o racismo, a misoginia, a homofobia, a transfobia, o capacitismo, o que contribui para que o assédio seja naturalizado de tal forma que as pessoas sequer percebam que aquilo não é “mimimi” nem “o jeito” do chefe ou do colega. Como esse problema, tão estrutural, pode ser combatido e transformado?

Bruno Barros – A gente vive em sociedade. Há mecanismos de poder, não apenas de cargo, mas de gênero, de classe social e muitos outros. Há diversos recortes e autores tratando a questão. Eu cito a filósofa norte-americana Angela Davis. Aqui no Brasil, tem o advogado, filósofo e professor Sílvio de Almeida, que trata do racismo estrutural; tem a filósofa Djamila Ribeiro, que inclusive está na campanha do Tribunal Superior Eleitoral sobre a segurança do voto; há também o grupo de pesquisa da Universidade Federal da Bahia, Cultura e Sexualidade, que aborda a perspectiva LGBTQIA+, enfim, há muitas referências para a gente pensar como o assédio está ligado a questões culturais. Mas, antes de me aprofundar nisso, quero destacar a importância do planejamento estratégico, de estabelecer metas, de exigir das equipes de trabalho que atinjam essas metas, tudo isso é essencial para a produtividade e não configura assédio, ao contrário, é característica de uma boa gestão. Precisamos produzir mais com menos esforço e custo. Por outro lado, quando se passa do limite do razoável e envolve constrangimentos, cobranças excessivas e reiteradas, aí, sim, pode ficar configurado o assédio. Quando uma pessoa não atinge uma meta, em vez de receber um feedback ou um processo de acompanhamento contínuo, essa pessoa pode acabar sendo exposta a um constrangimento no grupo ou adjetivada. Ao analisar quem são essas pessoas que estão sendo expostas ao constrangimento, em geral, são justamente aquelas que já fazem parte de grupos mais vulneráveis, como as mulheres. E isso se verifica tanto no assédio moral quanto sexual, elas são expostas pelas roupas, pelo comportamento. Quando essas mulheres viram líderes e gestoras, elas também são mais cobradas. Se você analisar o assédio a partir de um recorte de raça, a mulher negra é a mais cobrada, ela tem que se provar a todo o momento, tem que ter cuidado com tudo e com todos a todo instante. Se for de uma origem humilde, é cobrada novamente. Quando avaliamos a questão a partir da orientação sexual e identidade de gênero, vemos que os LGBTQIA+ estão muito expostos. As pessoas trans enfrentam um enorme desafio para acessar o mercado de trabalho e, chegando lá, outros desafios, como, por exemplo, que banheiro usar. Pessoas com deficiência também enfrentam muitos desafios, é toda uma estrutura da sociedade que precisa ser reconstruída para acolher essas pessoas. Esses dias estava vendo uma palestra sobre PCD e a palestrante disse algo muito interessante: são os espaços que precisam estar adequados para receber essas pessoas e não elas que devem se adaptar aos espaços. A grande maioria das vítimas de assédio sexual são mulheres, o que passa novamente por esse discurso, pela cultura de acesso ao corpo da mulher, determinadas piadas que eram aceitas, ou posturas como assovios e hoje não cabem mais nos espaços sociais, temos que ter uma atenção focada no trabalho. O próprio nome já diz, é trabalho, as pessoas estão nesse espaço para realizar tarefas e prestar serviços. Claro, somos seres sociáveis, vamos ter uma boa convivência, mas jamais expor o outro a um constrangimento. Por que alguém entende que, pelo cargo que exerce, pelo gênero ou pela classe social que ocupa, pode fazer determinada brincadeira ou expor o colega a uma situação constrangedora ou até de toques, de tons e de trocas de cunho sexual?

TRE-BA - Um dos grandes desafios para quem decide denunciar o assédio é o medo de se ver exposto ou ameaçado. Não raro, a consequência acaba sendo a demissão de quem foi assediado. Como garantir um ambiente seguro para que as pessoas possam tirar o assédio do silêncio?

Bruno Barros – Isso é seríssimo porque, quando a pessoa chega ao ponto de denunciar, ela já vem sofrendo aquela situação há algum tempo. Até porque, para configurar assédio, é necessário que a conduta seja reiterada, então, o momento da denúncia já é complicado porque é quando a pessoa já vem enfrentando a situação e, se ela decidiu denunciar, já estava no limite do insuportável. A pessoa busca a instituição para solucionar o problema e, nesse ponto, é essencial que ela encontre acolhimento. Aqui no Tribunal, nas Comissões de assédio ou nos órgãos de recursos humanos das empresas, é preciso ter uma estrutura para acolher a vítima e o denunciante, que nem sempre são a mesma pessoa. A partir daí, é preciso apurar o ocorrido, resguardando esse indivíduo, porque o que infelizmente acontece é tentar resolver a situação de forma prática e a pessoa mais vulnerável é quem acaba sofrendo. Quem não é servidor, como um terceirizado, fica exposto à demissão imediata, e isso faz com que a pessoa não denuncie para não se expor. Como ainda existe uma cultura de certa aceitação do comportamento assediador, isso é complexo. Se você fizer a pergunta: “Você é a favor do assédio?”, dificilmente alguém vai responder que sim. Mas, quando você começa a explicar quais são os comportamentos qualificados como assediadores, aí a pessoa toma um susto e descobre que ela também está incluída naquele contexto, que determinados comportamentos que tem ou que aceitou também são qualificadores de assédio. Nesse contexto entra a necessidade da conscientização, com oferecimento de cursos, workshops, palestras e diálogos. Todos precisamos nos aprimorar, precisamos estudar. Vamos ler, vamos discutir, vamos estudar as cartilhas disponíveis, diversos órgãos públicos hoje estão voltados a essa prevenção e enfrentamento. No TRE-BA, servidores, estagiários, terceirizados, em geral, têm acesso à informação, então nós, enquanto Comissões, vamos fomentar esse diálogo para que as pessoas acessem esses conteúdos. Mas elas precisam ir além. A informação chegou? Pronto, agora vamos nos aprimorar e nos transformar, tanto para evitar que a vítima seja exposta quanto para garantir que ela se sinta segura para denunciar. Vamos formar espaço de acolhimento com equipe multidisciplinar, que precisa ser trabalhada para acolher e proteger. É muito importante que todos estejam atentos, até porque, se hoje foi o colega que sofreu assédio, amanhã sou eu. Ninguém está livre disso. Falamos de recorte de classe, de gênero, mas estamos todos expostos. O assédio está para todos, atinge mais determinados grupos, mas todos estão expostos. As instituições oferecem conhecimento, mas cada um tem o dever de buscar se informar para se transformar enquanto sujeitos sociais e trabalhadores.

TRE-BA – Essa consciência de que o senhor fala já é a prevenção, certo? As pessoas buscando compreender esse tema para modificar as relações.

Bruno Barros – Sim, com certeza. Se você pensar um paralelo com a questão da violência doméstica, já existem inúmeras experiências exitosas no Brasil com grupos de acolhimento para mulheres que são vítimas e que estão nessa situação bastante delicada, e grupos de acolhimento para os homens, que são os supostos agressores, e isso tem dado super certo. Por quê? Porque é preciso conscientizar todos os envolvidos. Precisa acolher a vítima e precisa acolher aquele homem no caso da violência doméstica, que é o suposto agressor. Quando se faz um trabalho conjunto, com uma visão mais ampla, se permite uma transformação social maior. Porque aquela pessoa que teve uma atitude assediadora ou agressiva ou violenta não vai mais fazer porque foi conscientizada. Enquanto tratarmos apenas as vítimas, o ciclo de assédio não vai ser quebrado, o assédio apenas será feito com outra pessoa. É necessário romper esse ciclo da violência, do assédio, porque qualquer um de nós pode estar exposto ou ainda pode estar praticando condutas assediadoras sem saber disso.

TRE-BA – A pandemia intensificou o teletrabalho em muitas instâncias, o que levou o assédio também para o ambiente digital. São mensagens enviadas fora do horário, com demandas incompatíveis aos cargos e jornadas ou ainda com assuntos inapropriados. Considerando que ainda estamos em contexto pandêmico, como incluir esse outro olhar para o tema do assédio?

Bruno Barros – O mundo se transformou. A questão digital já chegou há muito tempo e a pandemia, com toda a sua dificuldade, destacou ainda mais a importância da virtualização. A convivência social hoje está voltando a ser presencial, mas é significativamente virtual. Temos as redes sociais, os aplicativos de mensagens instantâneas, esta entrevista, por exemplo, está acontecendo de forma virtual, há diversas plataformas disponíveis. O trabalho já se transformou, a forma do exercício desse trabalho mudou e isso é excelente. Diversas pessoas que tinham inúmeras dificuldades, como a questão do trânsito nas cidades, gostaram da nova dinâmica, de estar em casa, de fazer o trabalho home office, outros não se adequam tanto e aí vai da realidade de cada um. Só que, a partir do momento que o gestor tem acesso ao funcionário e o funcionário tem acesso ao gestor 24 horas por dia por email, whatsapp ou numa plataforma de videoconferência, de repente aquele ambiente deixa o assediador mais a vontade. Além da pressão para a produtividade feita de maneira exagerada e que foge do razoável, a pessoa está em casa e o gestor quer que ela trabalhe mais e, por isso, realiza cobranças além do horário. Esses gestores não entendem que o que está disponível é o aplicativo e não as pessoas, as pessoas têm as suas vidas e os seus horários. São mandadas mensagens à noite, de madrugada ou muito cedo, o assédio sexual vem com bastante ênfase no Whatsapp, algumas veladas outras mais explícitas em que fica claro o teor sexual. As trabalhadoras vêm sofrendo muito, são ainda as maiores vítimas de mensagens de colegas, do chefe, constantemente expostas a esse tipo de situação. Ao mesmo tempo, por essa mensagem acontecer em um aplicativo, isso gera facilitação da prova, que fica registrada. É possível gerar prints, os áudios também ficam gravados. Ironicamente, quando o assediador se sentiu à vontade para praticar aquele ato por estar em ambiente não presencial, em termos de prova, facilitou para a vítima. Na hora de buscar as Comissões, a Ouvidoria e os órgãos competentes, ela tem elementos de prova que serão preservados no processo. Temos que pensar estratégias para enfrentar, prevenir e combater o assédio pelo meio virtual. Reforço que as Comissões estão à disposição para prestar esclarecimentos e tirar dúvidas. Ninguém está sozinho nessa, estamos todos juntos e vamos nos apoiar.

Matéria CB

terça-feira, 24 de agosto de 2021

TRE-BA participa de reunião preparatória para o XV Encontro Nacional do Poder Judiciário

Encontro contou com a participação do Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Fux, dentre outras autoridades


O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) participou da 2ª Reunião Preparatória para o XV Encontro Nacional do Poder Judiciário, realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O evento teve como finalidade promover o acompanhamento da Estratégia Nacional do Poder Judiciário 2021-2026, por meio da apresentação dos resultados parciais das Metas Nacionais 2021 e do debate das propostas de metas para o ano de 2022. Na ocasião, também ocorreu a premiação do Ranking da Transparência do Poder Judiciário 2021. A abertura do encontro aconteceu nesta terça-feira (24/8) e o encerramento está previsto para amanhã (25/8).

O evento que deu início aos trabalhos contou com a participação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Fux, acompanhado dos ministros Aloysio Corrêa da Veiga, Humberto Martins e da ministra Maria Thereza de Assis Moura (corregedora nacional de Justiça), além das conselheiras Flávia Pessoa e Tânia Reckziegel, do conselheiro Sidney Madruga e demais autoridades. A secretária-geral da Presidência do TRE-BA, Tais Habib, representou o presidente do Regional baiano, desembargador Roberto Maynard Frank.

Em seu pronunciamento, o ministro Luiz Fux falou sobre os programas de execução e monitoramento da estratégia nacional do Poder Judiciário que o CNJ tem continuamente realizado. “Estamos dando ensejo a essa continuidade de execução e monitoramento dessa estratégia nacional referente ao período 2021 – 2026 realizando a 2º reunião preparatória, que revela nossa vigília constante para o aprimoramento das funções judiciais, para o aprimoramento de estrutura do poder judiciário, sua transparência, prestação de contas e sua responsividade em relação à sociedade”.

O ministro Aloysio Corrêa considerou as metas judiciárias como sendo “excelente mecanismo de revisão e exteriorização das escolhas realizadas, com objetivo de garantir da mesma forma uma atividade jurisdicional mais democrática, dialógica e efetiva”. Na opinião do ministro Humberto Martins, “a reunião assume fundamental importância ao proporcionar a todos os tribunais eleitorais a oportunidade de conhecer os resultados das metas nacionais 2021 que foram atingidas para que possa evoluir com relação ao alcance das metas firmadas para este ano, durante os quatro meses remanescentes”.

Conforme o resultado apresentado durante a reunião, o TRE baiano ficou em 2º lugar, empatado com outros quatro Regionais -TRE-AM, TRE-RN, TRE-RO e TRE-SE - todos com 99,48% de atendimento aos itens avaliados. Para o alcance da pontuação, foram considerados informação de telefones, horário de atendimento ao público, levantamento estatístico, atuação do órgão, dados relativos a licitações, íntegras de contratos firmados, rendimentos dos tribunais, entre outros.

O XV Encontro Nacional, previsto na Resolução 325/2020 art. 17, § 3º, contará com a participação de presidentes dos Tribunais, integrantes da Rede de Governança Colaborativa do Poder Judiciário, responsáveis pela área de Gestão Estratégica e servidores da área de estatística.

Encerramento

Para esta quarta-feira (25/8) está prevista a realização do Fórum de consolidação e propostas de metas para o ano de 2022. Cada ramo da Justiça apresentará suas propostas que serão analisadas pela equipe técnica do CNJ e submetidas à consulta pública.

Política de prevenção e enfrentamento do assédio aponta soluções para ambiente saudável de trabalho

Resolução do CNJ esclarece sobre diversas formas de assédio e define critérios para avaliar ambientes laborais de respeito e cooperação; documento norteia a criação das duas Comissões do TRE-BA


Resolução nº 351/2020, do Conselho Nacional de Justiça, que instituiu a Política de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação, traz uma série de definições do assédio e aponta soluções para ambientes saudáveis de trabalho em todas as esferas sociais. O documento do CNJ norteia a criação das duas Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia.


Ainda de acordo com o documento do CNJ, assédio e discriminação podem configurar violação das leis nº 8112/90 e nº 8.429/92. As legislações dispõem, respectivamente, sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais e sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos em caso de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública.

Amparadas na Resolução do CNJ, as Comissões do TRE-BA que tratam do assédio reverberam o entendimento de que as práticas de assédio e discriminação são formas de violência psicológica que afetam a vida do trabalhador, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais. O assédio também compromete a saúde física e mental, constituindo risco psicossocial concreto e relevante na organização do trabalho.

Definições

Mas como identificar o assédio e compreender as diversas formas que o caracterizam? A Resolução do CNJ, no Capítulo III, Art. 2º, traz definições.

* Assédio moral: processo contínuo e reiterado de condutas abusivas que, independentemente de intencionalidade, atente contra a integridade, identidade e dignidade humana do trabalhador, por meio da degradação das relações socioprofissionais e do ambiente de trabalho, exigência de cumprimento de tarefas desnecessárias ou exorbitantes, discriminação, humilhação, constrangimento, isolamento, exclusão social, difamação ou abalo psicológico.

* Assédio moral organizacional: processo contínuo de condutas abusivas amparado por estratégias organizacionais e/ou métodos gerenciais que visem a obter engajamento intensivo dos funcionários ou excluir aqueles que a instituição não deseja manter em seus quadros, por meio do desrespeito aos seus direitos fundamentais.

* Assédio sexual: conduta de conotação sexual praticada contra a vontade de alguém, sob forma verbal, não verbal ou física, manifestada por palavras, gestos, contatos físicos ou outros meios, com o efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.

* Discriminação: compreende toda distinção, exclusão, restrição ou preferência fundada na raça, etnia, cor, sexo, gênero, religião, deficiência, opinião política, ascendência nacional, origem social, idade, orientação sexual, identidade e expressão de gênero, ou qualquer outra que atente contra o reconhecimento ou exercício, em condições de igualdade, dos direitos e liberdades fundamentais nos campos econômico, social, cultural, laboral ou em qualquer campo da vida pública; abrange todas as formas de discriminação, inclusive a recusa de adaptação razoável.

Novas estruturas

A leitura atenta dos atos normativos do CNJ e do TSE e do TRE acerca da matéria por parte de servidores, magistrados e demais colaboradores da Justiça Eleitoral baiana é um passo inicial na melhoria das relações de trabalho, defende o juiz Bruno Barros, presidente das Comissões do TRE-BA que tratam do assédio.

Na avaliação do magistrado, “conhecer o assunto, se apropriar de conceitos e do embasamento legal para tratar do tema é uma forma de repensar a nossa vivência no âmbito profissional, inclusive para transformá-la”. Titular da zona eleitoral 125, o juiz Bruno Barros observa que o CNJ, em seus atos normativos, apresenta definições como cooperação e gestão participativa, as quais, dentre outras, apresentam-se como soluções para construção de ambientes de trabalho mais saudáveis.

* Saúde no trabalho: dinâmica de construção contínua, em que estejam assegurados os meios e condições para a construção de uma trajetória em direção ao bem-estar físico, mental e social, considerada em sua relação específica e relevante com o trabalho;

* Cooperação: mobilização, pelas pessoas, de seus recursos subjetivos para, juntas, superarem coletivamente as deficiências e contradições que surgem da organização prescrita do trabalho e da concordância entre singularidades, por meio da construção dialogal de regras formais e informais, técnicas, e consciência ética, que orientam o trabalho real

* Cooperação horizontal, vertical e transversal: respectivamente, a cooperação entre os pares e os membros de equipes de trabalho; entre os ocupantes de diferentes níveis da linha hierárquica sempre no duplo sentido ascendente-descendente; entre trabalhadores da organização e usuários, beneficiários, auxiliares e advogados, assim como com integrantes de outras instituições correlatas.

* Gestão participativa: modo de gestão que promove a valorização e o compartilhamento da experiência de trabalho; a cooperação e a deliberação coletiva e a participação integrada de magistrados e servidores em pesquisas, consultas, grupos gestores, com o objetivo de identificar problemas e propor melhorias no ambiente de trabalho e institucionais;

* Organização do trabalho: conjunto de normas, instruções, práticas e processos que modulam as relações hierárquicas e competências, os mecanismos de deliberação, a divisão e o conteúdo dos tempos de trabalho, o conteúdo das tarefas, os modos operatórios, os critérios de qualidade e de desempenho;

* Transversalidade: integração dos conhecimentos e diretrizes sobre assédio e discriminação ao conjunto das políticas e estratégias de ação institucionais, de modo a garantir sua implementação em todas as dimensões da organização.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Participação de pessoas trans na política é tema de debate de Escolas Judiciais Eleitorais

EJE da Bahia está entre as dez EJEs do país que participarão do evento


A participação de pessoas trans na política será debatida em uma live realizada por dez Escolas Judiciárias Eleitorais (EJEs) do país, incluindo a EJE da Bahia. A live “TRANSformando a Democracia: Meu Nome, Minhas Lutas e Conquistas” será realizada nesta quinta-feira, dia 26 de agosto, e é também promovida pelas EJEs de Alagoas, Amapá, Mato Grosso do Sul, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e do Rio Grande do Sul.

O evento debaterá o uso do nome social e a participação das minorias na política, sobretudo de pessoas trans, nos termos do art. 7º da Resolução CNJ 270 de 2018. A resolução garante o uso do nome social pelas pessoas trans, travestis e transexuais, usuárias dos serviços judiciários, membros, servidores, estagiários e trabalhadores terceirizados dos tribunais brasileiros.

Participarão do debate o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Joelson Dias, o advogado Felipe Lascani e a deputada estadual de Pernambuco Robeyoncé Lima, na qualidade de debatedores. A mediação do evento ficará a cargo da assessora da Presidência do TSE, Júlia Barcelos, que apresentará o Guia de Linguagem Inclusiva Para Flexão de Gênero: Aplicação e Uso Com Foco em Comunicação Social.

O evento será transmitido, a partir das 18h, no canal da EJE-RS no YouTube. A participação no evento será certificada e valerá para Adicional de Qualificação, devendo os interessados realizar inscrição prévia na página da Escola. Aos inscritos, a frequência será atestada automaticamente, desde que o acesso seja feito pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem da EJE-RS.

CC/

TRE-BA institui comissões de prevenção e enfrentamento ao assédio moral e sexual no 1º e 2º graus de jurisdição

Estabelecidas segundo resolução do CNJ, comissões atuam pela conscientização sobre o assédio na Justiça Eleitoral baiana, além de promover acolhimento e conduzir ações de responsabilização



O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) instituiu duas comissões de prevenção e enfrentamento ao assédio moral e sexual nos 1º e 2º graus de jurisdição. Os colegiados foram estabelecidas pelas Portarias nº 384 e nº 332, ambas publicadas em julho de 2021. O presidente do TRE-BA, desembargador Roberto Maynard Frank, baseou-se na Resolução nº 351/2020, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para a criação das comissões.

A norma do CNJ instituiu, no âmbito do Poder Judiciário, a Política de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação. O objetivo é desenvolver ações de prevenção e combate a mecanismos, gestão e atitudes que favoreçam o assédio ou o desrespeito aos valores profissionais do serviço público judiciário e da magistratura.

Entre as diretrizes da política de enfrentamento ao assédio, os tribunais de todo o país assumem o compromisso de criar Comissões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão e Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual. O aprimoramento da gestão de pessoas é um dos macrodesafios do Poder Judiciário, o que compreende a melhoria do ambiente organizacional e da qualidade de vida dos seus integrantes.

As duas comissões do TRE-BA são presididas pelo juiz Bruno Barros, da 125ª zona eleitoral, de Carinhanha, no oeste baiano. Indicado pela Associação de Magistrados da Bahia (AMAB), o juiz considera essa uma questão permanente, ainda mais em ambiente profissional. “O TRE-BA, em harmonia com a Agenda 2030 da ONU e com as Resoluções do CNJ, vem buscando implementar diferentes medidas para fomentar um ambiente de trabalho saudável e que possibilite o bem-estar de todos, em um compromisso efetivo com a igualdade de gênero e com o respeito à diversidade humana”.

O magistrado ressalta que, tanto o assédio moral quanto o sexual, “comprometem, dentre outros aspectos, a saúde e o equilíbrio da pessoa, prejudicando o direito a um trabalho digno no mais amplo aspecto do termo”. O juiz Bruno Barros diferencia as duas formas de assédio: o moral compreende condutas abusivas, de natureza psicológica e que violam a dignidade psíquica. Já o assédio sexual, comportamento que pode ser explícito ou implícito, está associado a solicitações indevidas e ameaças de cunho sexual.

Conscientização

Na prática, as comissões atuam de maneira unificada, já que o tema é o mesmo e quase todos os integrantes, também. O presidente das comissões explica que o foco é voltado ao esclarecimento de magistrados, servidores, demais colaboradores e jurisdicionados da Justiça Eleitoral baiana sobre os comportamentos caracterizados como assédio, para que essas condutas sejam evitadas. As comissões também atuam no estímulo do livre exercício da dignidade, da personalidade e da diversidade.

Faz parte do escopo de trabalho a estruturação de mecanismos de enfrentamento ao assédio moral e sexual, assim como o acolhimento às vítimas de assédio e também promover esclarecimento aos que estão assediando. A ideia, explica o juiz Bruno Barros, é justamente quebrar o ciclo por meio da conscientização de todos os envolvidos.

A secretária das comissões, a servidora Fernanda Ramos, da Assessoria de Comunicação e Cerimonial (Ascom), observa que, infelizmente, o assédio e a discriminação ainda são realidades em pleno século 21. “Por isso, participar das comissões do TRE-BA é uma honra e uma chance de contribuir para que todos os que colaboram com a Justiça Eleitoral baiana possam trabalhar da forma mais eficaz e qualificada possível, preservando a saúde e a integridade física, moral e mental”.

Para o servidor Sidnex Aragão dos Santos, lotado na 9ª ZE (Salvador) e indicado pelo presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, as comissões tornam possível que não apenas servidores, mas todos os integrantes da Justiça Eleitoral baiana atuem no enfrentamento desse problema. “Esse é mais um instrumento de que podemos dispor para que essas práticas sejam cada vez mais desestimuladas”.

Diversidade

A expectativa da servidora Suely Passos, da Seção de Soluções Corporativas do TRE-BA e indicada para as comissões pelo Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal na Bahia, é avançar na tarefa de eliminar todo tipo de assédio no ambiente de trabalho. “E acredito que podemos ir além, principalmente ampliando a consciência dos colegas mais suscetíveis a essas práticas abusivas, como os terceirizados, e promovendo oportunidades de crescimento a toda a comunidade do TRE-BA por meio de materiais e eventos que tragam informação e educação para uma sociedade livre de assédio”.

Eleito para as comissões pelos servidores do TRE-BA, o servidor Jair Andrade, lotado na Seção de Atenção à Saúde, afirma-se esperançoso. “E a minha esperança é de conquistarmos dias melhores com esse trabalho, dias em que as pessoas se respeitem e respeitem a diversidade”. Para ele, a meta é atuar para que as comissões não se limitem à determinação do CNJ e que produzam efeito no ambiente de trabalho, promovendo igualdade e respeito entre as pessoas.

Integrante da Comissão do 1º grau, a servidora Priscilla Pereira, lotada na 188ª ZE (Eunápolis), vê as comissões como algo de extrema importância, com destaque aos servidores lotados no interior do estado. “Por estarmos mais distantes da administração do Tribunal, muitas vezes nos sentimos esquecidos e desprotegidos. As comissões buscarão fortalecer essa relação entre capital e interior e trazer conforto, principalmente psicológico, para quem é vítima do assédio”.

Na avaliação da estudante de Jornalismo Milena Fiuza, que representa os estagiários nas duas comissões, ter ferramentas de enfrentamento e prevenção ao assédio é uma necessidade comum a todos os espaços. “Isso cria uma rede de apoio aos colaboradores, tornando o local de trabalho mais tranquilo, seguro e respeitoso para todes”.

Representante dos terceirizados nas comissões, a jornalista Carla Bittencourt, da Ascom, vê nesses instrumentos do TRE-BA uma oportunidade de transformação. “O assédio ainda é aceito e naturalizado porque, em nossa sociedade, o olhar para o outro é estereotipado e porque, estruturalmente, somos preconceituosos. É muito importante agir acreditando que podemos modificar essas estruturas”.

Convidados

As Comissões de Prevenção e de Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual do TRE-BA também são formadas por representantes do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Bahia (OAB Bahia). Estes membros atuam na condição de convidados, em conformidade com a Resolução nº 351/2020 do CNJ.

A convite do TRE-BA, o Ministério Público Estadual (MPE) indicou a participação do promotor de Justiça Luís Alberto Vasconcelos Pereira. Já a seccional baiana da OAB indicou a advogada Daniela Portugal, que preside a Comissão da Mulher Advogada. Para ela, “o diálogo entre diferentes instituições e a troca de experiências é reciprocamente enriquecedor, além de otimizar a efetividade da atuação das Comissões”.

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Recadastramento biométrico permanece suspenso na Justiça Eleitoral da Bahia

Suspensão será válida até deliberação do TRE-BA


Apesar da retomada gradual do atendimento presencial nas unidades da Justiça Eleitoral da Bahia, o recadastramento biométrico permanece suspenso. A suspensão será válida até deliberação do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA). A medida foi adotada diante da pandemia da Covid-19. Com isso, o Regional reitera que não estão sendo realizados agendamentos para coleta de dados biométricos.

Mesmo com a retomada, o atendimento ao eleitor permanece sendo realizado, prioritariamente, por meio dos serviços online, disponibilizados no site do Eleitoral baiano. Os eleitores que precisarem regularizar sua situação perante a Justiça Eleitoral podem fazer através da internet, pelo TítuloNet.

Pela internet, o eleitorado pode realizar o alistamento (primeiro título), solicitar transferência de município, pedir revisão de dados e regularizar a situação de título cancelado, entre outros serviços.

Para isso, basta acessar o www.tre-ba.jus.br e clicar em “Serviços Online”, que fica na legenda da imagem do topo da página. Em seguida, é só clicar no Título Net e preencher o formulário. Para fazer o primeiro título, é só escolher a opção “Não tenho” e continuar preenchendo os campos obrigatórios.

Em caso de dúvidas, o eleitor deve entrar em contato com sua zona eleitoral. Clique aqui e confira outros serviços disponíveis on-line, a exemplo de certidões de quitação eleitoral.

Atendimento presencial

Em caso de atendimento presencial, o mesmo deve ser agendado previamente (clique aqui para agendar). Além desta opção, o cidadão que precisar do atendimento presencial na capital e Região Metropolitana poderá ligar para 71 3373-7000, opção 2. Para acesso aos cartórios do interior do estado, os interessados poderão também entrar em contato diretamente com a respectiva zona eleitoral (clique aqui para consultar).

Informações importantes

- Antes de pedir alteração de endereço ou de outros dados pessoais, verifique se possui débito com a Justiça Eleitoral. Se tiver, emita o boleto e efetue o pagamento através do Banco do Brasil ou do PagTesouro (pela internet). O mesmo vale para regularização de inscrição.

- Os eleitores que tiverem dificuldade no pagamento da guia (GRU) ou não possuírem condições financeiras podem solicitar, no campo “observações”, a dispensa do pagamento de multa eleitoral, quando houver. O pedido será avaliado pelo juiz eleitoral.

- Para enviar documentação, digitalize frente e verso do documento oficial de identidade, com foto, como a carteira de identidade. Carteira Nacional de Habilitação e passaporte que não possuírem todos os dados (fotografia, data de nascimento, filiação, naturalidade e nacionalidade) só são aceitos se acompanhados de outros documentos que possibilitem a precisa identificação do eleitor.

- Comprovante de residência, atual e digitalizado, em seu nome, no dos pais, no dos filhos ou do cônjuge.

- São aceitos como comprovante de residência: contas de água, luz e telefone; contrato de trabalho; contrato de locação de imóvel ou registro de imóvel; declaração de matrícula em creche, escola ou faculdade; ou outros documentos que comprovem vínculo familiar ou profissional com o município, analisados a critério do juiz eleitoral. Caso o comprovante esteja no nome do cônjuge, deve ser enviado (por meio da opção “outros”) documento que comprove, como a certidão de casamento ou a declaração de união estável.

- Certificado de quitação do serviço militar para homens com idade entre 18 e 45 que estejam tirando o primeiro título também deve ser digitalizado.

- As imagens devem estar totalmente legíveis ou o pedido pode ser indeferido.

- Tamanho máximo por arquivo: 10 MB.

- Formatos permitidos: PNG, PDF e JPG.

- Quando solicitado no formulário, informe pelo menos um telefone para contato

CM

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Nave registra quase três mil acessos em uma semana

Conforme a classificação de chamadas, dentre as demandas mais requeridas estão o agendamento, dúvidas relativas ao título eleitoral, certidões, consulta de dados do cadastro, E-titulo e débitos junto à Justiça Eleitoral


O Núcleo de Atendimento Virtual ao Eleitor (NAVE), desenvolvido e inaugurado recentemente pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), registrou dois mil novecentos e nove acessos em apenas uma semana. Os dados consideram o período de 09 a 17 de agosto e foram disponibilizados pela Seção de Atendimento ao Cliente (SEACLI), juntamente com a Seção de Manutenção Predial (SEMAP). Inicialmente, por se tratar de um projeto-piloto, o atendimento está disponível apenas para a capital e a Região Metropolitana de Salvador. A tendência é que sua abrangência seja ampliada.


O atendimento virtual ao eleitor foi idealizado pelo presidente do Tribunal, desembargador Roberto Maynard Frank, com o objetivo de proporcionar maior conforto no atendimento dos cidadãos, especialmente em razão da pandemia da Covid19, reduzindo a necessidade de atendimentos presenciais.

Conforme a classificação de chamadas, as demandas envolveram o agendamento, dúvidas relativas ao título eleitoral, certidões, consulta dados do cadastro, E-titulo, débitos junto à Justiça Eleitoral, consultas processuais, mesários, justificativa, recadastramento biométrico, partidos políticos, uma prestação de contas e outros assuntos.

A servidora Glória Tourinho (Seção de Atenção ao Cliente) considera fundamental que o cidadão utilize os serviços online sem a necessidade de sair de casa. “É importante que o eleitor utilize os sistemas disponíveis na internet, a exemplo do Título Net (para solicitar 1ª via de título, transferência, revisão de dados e regularização de inscrição), e, em caso de dúvidas ou para solicitar serviços que não estão disponíveis, solicite ajuda do NAVE, pelo chatbot Maia ou por telefone (71 - 3373-7000 / opção 2). Na maioria dos casos, a solicitação será atendida sem a necessidade de comparecimento presencial”, salienta.

Como funciona

Com uma equipe formada por 20 atendentes (distribuídos em dois turnos), o atendimento telefônico do NAVE funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. O Núcleo também conta com ferramentas tecnológicas desenvolvidas pelo TRE baiano, o Chatbot – chamado Maia – que por meio de aplicativo de mensagens, possibilita que o eleitor tire dúvidas das mais diversas, gere guias de recolhimento de multa, além de prestar informações acerca da convocação de mesários, dentre outros serviços, tudo de forma automática.

Eleitores com deficiência auditiva contam com atendimento especializado, realizado por atendentes com conhecimento em Língua Brasileira de Sinais (Libras) através de videoconferência. O desenvolvedor e programador do robô, Rodrigo Rosário, explica que o acesso à ferramenta é bem fácil. “O Chatbot Maia está disponível tanto na página do TRE-BA quanto no Telegram. Nos dois casos, permite que o eleitor interaja com a ferramenta de maneira muito fácil. Basta dar um ‘Oi’ à Maia e navegar por seus menus interativos e automatizados. O diferencial dessa ferramenta é que nela o eleitor já consegue gerar certidões de maneira automatizada, consultar local de votação, saber sua situação eleitoral, além de pagar multas pelo próprio robô. Isso significa um expressivo avanço em termos tecnológicos para a Justiça Eleitoral Baiana”.

Finalidade da ferramenta

Criado para prestar suporte às zonas eleitorais no atendimento ao eleitorado baiano, o Nave também auxilia advogados, jurisdicionados e prestadores de serviço do órgão, oferecendo as seguintes funcionalidades para eleitores de Salvador e da Região Metropolitana: emissão de certidões disponíveis no cadastro eleitoral, auxílio no preenchimento do Título Net e demais sistemas e formulários encontrados no site do TRE-BA, consulta processual, fornecimento de dados cadastrais ao próprio eleitor e orientação sobre a utilização do aplicativo do e-Título.

HS

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Sistema Janus atua em cerca de 15 mil processos judiciais em apenas dois meses de funcionamento

Sistema de Inteligência Artificial passou a operar no TRE da Bahia no dia 16 de junho e otimiza trabalho de servidores


Em apenas dois meses, o Sistema Janus de Inteligência Artificial do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) atuou em aproximadamente 15 mil processos. A ferramenta - desenvolvida pelo Regional baiano com custo zero e por iniciativa de seu presidente, desembargador Roberto Maynard Frank - passou a operar no dia 16 de junho, com foco inicial em processos de prestações de contas eleitorais. Somente nos três primeiros dias, o Janus movimentou 900 processos de prestações de contas. Desta forma, cada processo foi analisado em 90 segundos.

Dados estatísticos do Janus indicam que, desde o início da operação, aproximadamente 250 minutas de sentenças foram inseridas pelo Janus em processos de Prestações de Contas da Campanha de 2020. Também foi executada a tarefa de delimitar o objeto em mais de 2,8 mil casos de Omissos nas Prestações de Contas Anuais. Ainda movimentou 915 processos de Prestação de Contas Anuais, com a elaboração de editais de impugnação e preparação dos atos de comunicação, referentes à publicação no Diário da Justiça Eletrônico e intimação do Ministério Público Eleitoral (MPE).

Além disso, o Janus saneou cerca de 14 mil feitos com a retificação do lançamento dos movimentos processuais, corrigindo o acervo judicial do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia enviado ao DATAJUD (Base Nacional de Dados do Poder Judiciário) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Como uma das premissas da gestão do presidente Roberto Maynard Frank é desburocratizar os serviços e usar a tecnologia em boas práticas para dinamizar a entrega da prestação jurisdicional para a sociedade, o Janus foi criado para otimizar o trabalho dos servidores da Justiça Eleitoral em demandas repetitivas, com expectativa de diminuição em até 40% das tarefas humanas e redução de erros humanos.

Desembargador Roberto Frank destaca modernização do TRE-BA em entrevista a Geraldo Júnior

Dentre as ações do TRE-BA destacadas estão a recente inauguração do Núcleo de Atendimento Virtual ao Eleitor (NAVE), o lançamento do Sistema Janus e a criação da Secretaria Judiciária Remota do 1º Grau de Jurisdição (SJR)


Nesta terça-feira (17), o presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), desembargador Roberto Maynard Frank, concedeu entrevista a Geraldo Júnior, apresentador do Programa Sete em Ponto, da Rádio Metrópole FM, quando tratou do processo de modernização do Regional baiano, por meio do uso de tecnologia, uma marca de sua gestão.


Dentre as ações do TRE-BA destacadas pelo desembargador, estão:

- a recente inauguração do Núcleo de Atendimento Virtual ao Eleitor (NAVE), cujo objetivo é reduzir a necessidade do comparecimento dos eleitores ao cartório. Com resolução de demandas de forma online, ele também funciona por telefone, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, através do (71) 3373-7000. Eleitores com deficiência auditiva contam com atendimento especializado, realizado por atendentes com conhecimento em Língua Brasileira de Sinais (Libras) através de videoconferência;

- o chatbot Maia, que responde ao eleitores em tempo real a qualquer hora do dia como em um aplicativo de mensagens, podendo tirar dúvidas, gerar guias de recolhimento de multa, além de prestar informações acerca da convocação de mesários, dentre outros serviços, tudo de forma automática. O acesso é feito através do www.tre-ba.jus.br, na aba serviços on-line;

- o Sistema Janus, lançado no último mês de junho, cujo objetivo é auxiliar a prestação do serviço jurisdicional do TRE da Bahia através de robôs, com uso de inteligência artificial. Para isso, são utilizados bots para executar tarefas repetitivas, antes realizadas por pessoas. A modernização diminui em até 40% as tarefas humanas, eliminando erros dos processos. A ideia é aperfeiçoar a ferramenta, desenvolvida pelo TRE-BA, e disponibilizá-la para todos os Regionais Eleitorais do Brasil, assim como foi com o Processo Judicial Eletrônico (PJe).

- a criação da Secretaria Judiciária Remota do 1º Grau de Jurisdição (SJR) para agilizar a prestação jurisdicional do 1º grau. Os servidores lotados na SJR atuam com acesso remoto ao PJe das zonas eleitorais em situação crítica para dar celeridade à tramitação e julgamento dos feitos eleitorais. Além disso, a secretaria se dedica ao saneamento dos dados processuais para corrigir inconsistências no acervo do 1º grau, indicadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por meio do DataJud, base nacional de dados do Poder Judiciário. A SJR é um avanço do TRE-BA, com modernização da estrutura organizacional e priorização do 1º grau de jurisdição, com o objetivo de baixar o acervo processual.

- o Balcão Virtual - ferramenta disponibilizada pelo TRE da Bahia desde o dia 03 de agosto de 2020, antes mesmo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) exigir sua aplicação – que visa garantir o atendimento aos cidadãos, partes e advogados que buscam os serviços da Justiça Eleitoral e não exclui o atendimento realizado em outras modalidades. Para dar início ao atendimento, o usuário precisa informar alguns dados sua identificação (profissionais da advocacia, parte, eleitores, postulantes, partido político). Na seção “informações da solicitação”, o usuário deve selecionar o assunto e escolher o setor de destino do requerimento. A ferramenta também oferece ao usuário a opção de fazer webconferência.

O presidente também relembrou outros serviços oferecidos aos eleitores, no site do TRE-BA, na aba Eleitor e Eleições, como a emissão de certidões disponíveis no cadastro eleitoral; requerimento de título eleitoral e mudança de dados pessoais e local de votação, por exemplo, através do Título Net; consulta processual, fornecimento de dados cadastrais ao próprio eleitor e orientação sobre a utilização do aplicativo do e-Título. E frisou que, através do site do Regional, também são oferecidos serviços na modalidade remota aos advogados, jurisdicionados e prestadores de serviço, como resolução de dúvidas sobre o andamento de processos, despacho com magistrados e/ou encaminhamento de demandas administrativas aos diversos setores do TRE-BA.

Parceria contra fake news

Roberto Maynard Frank também salientou o envio de carta-convite a 15 colégios da rede pública e da rede privada em que TRE-BA propõe uma espécie de concurso de gravação de vídeos curtos com o tema desinformação. A ideia é alcançar os jovens eleitores e os eleitores do futuro no que diz respeito aos malefícios da desinformação para a democracia, o estado democrático de direito, e, portanto, aos interesses de toda a sociedade brasileira. “Com isso, queremos propagar a ideia de que o maior combate à desinformação, fruto, também, das fake news, é a efetiva educação”, observou.

Atividades presenciais

Sobre o retorno das atividades presenciais, ocorrida no último dia 26 de julho, após diálogos com o serviço médico da casa e os servidores, o presidente salientou a dinâmica: a metodologia é híbrida, mantendo 50% do corpo funcional uma semana funcionando remotamente e os outros 50% presencialmente (25% no turno da manhã e 25% no turno da tarde). O atendimento presencial aos eleitores está sendo realizado apenas mediante agendamento. O atendimento on-line segue funcionando normalmente.

TRE-BA integra rede nacional de enfrentamento à desinformação

Melhor forma de enfrentar a desinformação é buscando informações em fontes confiáveis


O enfrentamento à desinformação é um dever de todos. E a Justiça Eleitoral baiana está empenhada em levar aos eleitores e eleitoras a boa informação para defesa da democracia. Popularmente conhecida como “Fake News”, a desinformação é um conjunto de fatores que podem induzir as pessoas a adotarem atos ou posturas injustas e equivocadas, de modo a prejudicar outras pessoas.

O secretário de Planejamento, de Estratégia e de Eleições do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), Victor Xavier, alerta que, tanto a “notícia falsa, a notícia antiga, ou a notícia descontextualizada, quando espalhadas na rede mundial de computadores, podem prejudicar outras pessoas”. “Temos que ter cuidado para não causar um mal injusto a quem não fez nada de errado”, assevera.

Ele explica que a melhor forma de combater e enfrentar a desinformação é buscando informações em fontes confiáveis. “O TRE integra a rede nacional de enfrentamento à desinformação da Justiça Eleitoral e tem parcerias com páginas de checagem de fatos. Além disso, desenvolve ações através da Comissão de Enfrentamento à Desinformação e sempre há declarações dos agentes do TRE para se comunicar com o eleitor para passar as informações corretas, condizentes com a realidade da Justiça Eleitoral”, informa Victor Xavier ao destacar que o Regional baiano mantém um site sobre o tema (clique aqui para acessá-lo), assim como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantém o Fato ou Boato, ambos com objetivo garantir o direito ao voto de forma livre, sem interferências que induzam os eleitores ao erro, visando o fortalecimento da democracia.

Tais páginas formam uma coalizão de checagem de fatos sobre o processo eleitoral: Agência Lupa, Boatos.org, E-farsas, Fato ou Fake, ComProva, Estadão Verifica, Aos Fatos, AFP e UOL.

Para se aproximar ainda mais da população e levar a boa informação, o TRE da Bahia está presente nas redes sociais, como Instagram, WhatsApp, Facebook, TikTok e YouTube. “Informações e notícias falsas, literalmente, matam. Em 2014, em Guarujá, no Litoral de São Paulo, uma mulher foi espancada até a morte após a propagação de um boato. Em qualquer âmbito, a desinformação é nociva. No cenário político, nós temos situações que podem afetar a liberdade de escolha do eleitor em um Estado Democrático de Direito. A desinformação pode induzir no processo de escolhas das pessoas e pode afetar através da emoção e do julgamento. E isso é extremamente danoso, podendo ser considerado um verdadeiro atentado contra a democracia”, frisa o secretário do TRE-BA.

Victor Xavier acrescenta que a criação de identidade com os discursos propagados nas chamadas Fake News, “faz parte da estratégia dos disseminadores de desinformação. Portanto, podemos dizer para essas pessoas que sejam curiosas, que procurem se informar, procurem tomar as suas escolhas livremente sem induções que possam levá-las a conclusões precipitadas”, aconselha.

Como enfrentar à desinformação:

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CC

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Novos servidores do TRE-BA participam de atividades de ambientação e capacitação

19 novos servidores foram empossados na última terça-feira (10) e atuarão nos cartórios eleitorais do interior

A chegada de novos servidores ao Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) trará renovação e mais força de trabalho para as eleições do próximo ano. Para auxiliar os empossados a enfrentar esse desafio, a equipe da Coordenadoria de Educação e Desenvolvimento do Regional preparou uma série de atividades para promover uma ambientação.

De acordo com a chefe substituta da Seção de Recrutamento, Seleção e Desempenho (SEREDE), Janine Araujo de Carvalho, a ambientação é “importante para os servidores conhecerem as atribuições de cada Secretaria do Regional”. “Além disso, a atividade é importante para que eles possam conhecer os colegas, saberem os procedimentos de peticionamento de direitos, aprenderem o funcionamento dos sistemas e se capacitarem para assumir os cartórios eleitorais no interior do estado”, afirma a chefe da SEREDE.

Cabe ao órgão promover a ambientação dos novos servidores e estagiários do TRE da Bahia. A ambientação, conforme explica Janine Araújo, integra um cronograma de ações, iniciado na última terça-feira (10). Até esta sexta-feira (13), as atividades foram realizadas presencialmente na sede administrativa do Regional Eleitoral.

Durante esses três dias, os novatos receberam informações sobre seus direitos enquanto servidores, como serviços de saúde, auxílio-alimentação, direitos previdenciários, entre outros. Também foram apresentados a eles a estrutura sindical, a Comissão de Servidores do Interior, a Comissão de Ética, o trabalho da Ouvidoria e Corregedoria e a parte de Informática.

A partir da próxima segunda-feira (16), os servidores terão uma atividade de ambientação mais direcionada, junto à Presidência do TRE-BA, e, posteriormente, terão atividades com a Secretaria de Tecnologia e Informática e nos cartórios eleitorais de Salvador. No dia 4 de outubro, os novos servidores assumirão as atividades nos cartórios das zonas eleitorais do interior do estado.

Para Janine Araújo, o trabalho dos novos servidores será de grande importância, sobretudo, nas eleições do próximo ano. “São os servidores que fazem a eleição acontecer. O trabalho deles é uma missão muito importante para a Justiça Eleitoral”, avalia a chefe substituta da SEREDE.

João Leles Nonato, servidor empossado nesta semana, natural de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, é só alegria. Depois da expectativa pela posse, ele conta que agora se prepara para atuar nos cartórios da Justiça Eleitoral. “Sempre tive uma expectativa muito grande em passar em um concurso do TRE da Bahia. E agora, a minha expectativa é aprender uma gama de coisas e absorver, com muita cautela, todo conhecimento e informação passada nesses dias de ambientação”, afirma. A ambientação, em sua avaliação, é importante para o conhecimento do funcionamento do TRE, conhecer os colegas pessoalmente - ainda que com o distanciamento social -, e, principalmente, para desempenhar bem o ofício no cartório em que for designado para atuar.

Natural de Feira de Santana, Hilquias Conceição Barros, diz viver dias de alegria. “Nesses dias, temos conhecido mais sobre a estrutura do Regional, estamos conhecendo uma equipe solícita, atenciosa e preparada para nos receber. É bom chegar ao TRE e ter esse suporte, pois vamos ao interior com um treinamento e um preparo para melhor trabalharmos”, declara o novo servidor do TRE-BA. Hilquias Barros ainda considera que os encontros “humanizam mais a relação” entre os servidores. Agora, sua expectativa é se preparar melhor para contribuir com as eleições de 2022.

CM